domingo, 12 de janeiro de 2014

Potiguares na Seleção Brasileira



Do carioca Nilo Murtinho Braga em 1923 a Souza em 1997, contando ainda com as presenças dos mossoroenses Dequinha e Nonato, de Lula e Souza foi o período em que o futebol do Rio Grande do Norte deu a sua pequena porém importante colaboração à história da Seleção Brasileira. Desse pequeno grupo de seis jogadores, apenas um – Marinho Chagas participou de uma Copa do Mundo – a de 1974,  mas que ficou distante do título máximo. Apesar do bom desempenho da equipe brasileira, o melhor resultado foi a vitória sobre a Argentina. Não foi uma presença brilhante dos comandados de Zagallo, sendo eliminada pela Holanda. O louro Marinho, ainda sem muita experiência e parecendo algo perdido no gramado, assim mesmo recebeu elogios, e até para alguns, um destaque, tendo como nota lamentável as agressões mútuas entre Marinho e o goleiro Emerson Leão. Este, justificou o desentendimento, alegando que precisou gritar várias vezes para que o colega não avançasse muito, com isso dando folga aos ataques holandeses pela direita, com Johan Rep.


Peladeiro
O natalense Marinho Chagas foi peladeiro no espaço próximo ao rio Potengi, denominado Salgadeira, devido a aproximação do Curtume São Francisco, da família João Motta. ele morando na rua Benjamin Constant, no Alecrim. Seus irmãos João, Clodoaldo e “Bomba” também se dedicaram ao futebol, porém muito longe do brilho do irmão Marinho Chagas (Francisco das Chagas Marinho).  atuou 36 partidas pela Seleção Brasileira, com 24 vitórias, nove empates e apenas três derrotas, assinalando quatro gols.  Foi campeão da Copa Rio Branco e Copa Roca (extintas), Taça do Atlântico e do Torneio Bicentenário dos EE.UU. em 1976. O detalhe: o natalense Marinho nunca perdeu para a Argentina, nem amistoso, nem jogo oficial. Uma das formações do Brasil contra os argentinos foi esta: Leão, Zé Maria, Luiz Pereira, Marinho Chagas e Marinho Peres, Carpeggiani, Valdomiro, Rivelino e Dirceu, Jairzinho e Paulo César “Caju”. Técnico, Zagallo. Esta, a equipe que derrotou os argentinos na Copa de 74, por 2x1.     

Nilo Murtinho
Nilo foi o primeiro jogador carioca a vestir a camisa do América de Natal, ainda um garotão filho de um militar oficial da Marinha do Brasil, que veio servir em Natal. Com apenas 20 anos integrou a Seleção Brasileira em jogos contra seleções do Paraguai, Argentina, Uruguai, o clube New Old Boys/Arg, Rampla Júniors/Arg, Ferenckvaros, da Hungria, seleções da Iugoslávia e França, num total de 37 jogos amistosos ou disputando troféus. Nilo foi jogador do Botafogo Futebol e Regatas, quando o futebol reunia quase que exclusivamente rapazes das melhores famílias do Rio e  São Paulo, alguns jogadores provenientes de famílias abastadas e também de estrangeiros. Foi o caso do famoso atacante Friendereich. 

Nilo e o América
Ainda um garotão, defendeu o América de Natal, quando a cidade não tinha ainda um estádio, utilizando os espaços da praça André de Albuquerque e o terreno onde tempos depoiis foi construído o Juvenal Lamartine. Ele integrou a equipe rubra que se sagrou campeão da Taça Independência do Brasil, dia 7 de setembro de 1922, Nilo Murtinho Braga com 19 anos, sendo esta  a equipe vitoriosa: Cazuza, Canela, José Gomes, Américo e Oscar, Chiquinho e Benfica, Nilo, Aguinaldo Tinoco, Arari e João Ricardo.  Nilo passou pouco tempo em Natal, por motivo do seu pai ter que retornar ao Rio. Lá chegando, defendeu o Botafogo de Futebol e Regatas, foi artilheiro do campeonato carioca, tendo falecido em 1975, com 72 anos. Não foi possível obter a in formação se Nilo integrou ainda por algum tempo  o time do Botafogo. Naquele tempo, o futebol era amador, o jogador tinha que parar pelo fato de nada receber do clube que defendia. 
FONTE: EVERALDO LOPES - TRIBUNA DO NORTE

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